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dc.contributor.authorCarneiro, Maria Sylvia Cardoso
dc.date.accessioned2013-05-10T20:44:32Z
dc.date.available2013-05-10T20:44:32Z
dc.date.issued2007
dc.identifier.issnhttp://hdl.handle.net/10183/10829
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/20.500.12799/293
dc.description.abstractO presente trabalho apresenta uma pesquisa cujo objetivo central é discutir a deficiência mental como condição que se desenvolve a partir das relações sociais estabelecidas com sujeitos que apresentam características singulares em relação à maioria da população e não como uma incapacidade própria. Esta visão contraria as concepções tradicionais de deficiência mental e apóia-se na abordagem histórico-cultural, especialmente nas contribuições de Vigotski. A idéia-base é que, mesmo diante de qualquer alteração orgânica, ainda que esta seja em nível estrutural ou funcional do sistema nervoso, é pelas e nas relações sociais que o sujeito se desenvolverá, ou não, como deficiente mental. Como estratégia metodológica, foram utilizados relatos de histórias de vida de três adultos com síndrome de Down que se constituíram como sujeitos sem deficiência mental. Os três se escolarizaram no ensino comum, em diferentes contextos do Brasil e da Espanha, chegando ao ensino superior. Tais histórias podem mostrar que, mesmo na presença de condições orgânicas desfavoráveis, as pessoas se desenvolvem a partir das interações que estabelecem em seus grupos e das condições materiais de vida. A utilização de métodos narrativos em pesquisas sobre a deficiência mental possibilita o reconhecimento dos sujeitos da pesquisa como atores e autores de sua história. No caso desta pesquisa, foram realizadas repetidas entrevistas com os sujeitos-alvo, além de buscas de informações complementares, com professores e familiares, respeitando as especificidades de cada caso.Vivendo em diferentes contextos e de modos muito peculiares, é possível identificar nas três histórias o desafio aos prognósticos de deficiência mental e de baixa escolaridade, mostrando processos de compensação social que possibilitaram a superação de limites, ainda hoje vistos como intransponíveis. Buscou-se compreender os movimentos constitutivos das trajetórias desses sujeitos por meio da análise de eixos de sentido que envolveram: a ruptura com os prognósticos negativos e a construção de outras possibilidades de desenvolvimento, a escolarização na escola comum, a imagem que cada sujeito mostra de si e as vivências no mundo do trabalho. O olhar atento a essas e a outras histórias de ruptura pode nos ajudar a reafirmar que a constituição do ser humano em “humano”, ainda que em condições de desvantagem, se dá na relação com os demais. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- This piece of research argues that mental deficiency is a condition that arises from social relations established with individuals who present unique characteristics in relation to the major part of population, and not as incapability. Based on a historical-cultural approach, this standpoint goes against traditional concepts of mental deficiency, especially that one informed by Vigotski. Notwithstanding any structural or functional organic alteration in the nervous system, a subject develops himself/herself through social relations – not as a mental handicap. As regards the methods, the story lives’ reports have been used of three adults with Down syndrome, who claimed to be mental deficiency-free. The three of them have been educated in regular schools, in Brazil and Spain, up to undergraduate level. These reports may portray that people develop themselves from interactions established in their groups and according to material resources available, despite their disfavorable organic conditions. Using narrative methods in research on mental deficiency enables one to acknowledge research subjects as actors and authors of their own story. In order to obtain data, target subjects have been interviewed, and mentors and relatives have also supplied additional information, always with respect to the specificities of each case. It was possible to identity challenge apropos the prognostics of mental deficiency and low education level in the three stories in the three different contexts and their very peculiar conditions. Social compensation processes seem to have enabled surpassing limits, which are taken as unsurpassable still in the present. Additionally, this research sought to comprehend constitutive elements of the subjects’ trajectory aforementioned. Directional axes’ analyses involved: breaking down negative prognostics, shaping up varied development possibilities, being educated at regular schools, the self-image each one presented, relations established in their workplace. Looking close at these and other breakthrough stories may help us reassure that one constitutes him/herself a human being relating to others, albeit disfavorable conditions. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Este trabajo presenta un estudio cuyo objetivo central es discutir la deficiencia mental como condición que se desarrolla a partir de las relaciones sociales establecidas con individuos que presentan características singulares en relación a la mayoría de la población y no como una incapacidad propia. Esta visión es contraria a las concepciones tradicionales de deficiencia mental y se apoya en el abordaje histórico/cultural, especialmente en las contribuciones de Vigotski. La idea básica es que, aún frente a cualquier alteración orgánica, aunque ésta sea a nivel estructural o funcional del sistema nervioso, será por y en las relaciones sociales que el individuo se desarrollará, o no, como deficiente mental. Como estrategia metodológica, se utilizaron relatos de historias de vida de tres adultos con síndrome de Down que se constituyeron como individuos sin deficiencia mental. Los tres estudiaron en escuelas comunes, en diferentes contextos de Brasil y de España, llegando a la enseñanza superior. Estas historias pueden mostrar que, aún en presencia de condiciones orgánicas adversas, las personas se desarrollan a partir de las interacciones que establecen en sus grupos y de las condiciones materiales de vida. El uso de métodos narrativos en estudios sobre la deficiencia mental facilita el reconocimiento de los individuos del estudio como actores y autores de su historia. En el caso de este estudio, se realizaron repetidas entrevistas con los individuos específicos, además de buscar informaciones complementarias, con profesores y familiares, respetando las especificaciones de cada caso. Viviendo en diferentes contextos y de formas muy peculiares, se puede identificar en las tres historias el desafío a los pronósticos de deficiencia mental y de baja escolaridad, mostrando procesos de compensación social que permitieron la superación de límites, aún hoy vistos como infranqueables. Se ha buscado comprender los movimientos constitutivos de las trayectorias de esos individuos por medio del análisis de ejes de sentido que involucraron: la ruptura con los pronósticos negativos y la construcción de otras posibilidades de desarrollo, el estudio en la escuela común, la imagen que cada individuo muestra de sí mismo y las vivencias en el mundo del trabajo. La mirada atenta a estas y a otras historias de ruptura nos puede ayudar a reafirmar que la constitución del ser humano en “humano”, aún en condiciones de desventaja, se da en la relación con los demás.en_US
dc.language.isootheren_US
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Sulen_US
dc.subjectEducación especialen_US
dc.subjectDificultad en el aprendizajeen_US
dc.subjectImpedido mentalen_US
dc.subjectEducación inclusivaen_US
dc.titleDeficiência mental como produção social : uma discussão a partir de histórias de vida de adultos com síndrome de Downen_US
dc.typeThesisen_US


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