dc.description.abstract | O objetivo desta pesquisa consiste em conhecer as expectativas das crianças, dos pais, dos professores e da gestão em relação ao processo de implantação do Ensino Fundamental de 9 anos e verificar como as escolas estão se organizando para receber as crianças de seis anos. Essa pesquisa foi motivada, portanto, pela necessidade de buscar respostas a um problema que presenciamos enquanto professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I da rede pública e particular da cidade de São Paulo: a falta de articulação entre o último ano do infantil e o primeiro ano do Ensino Fundamental, após à aprovação da lei que altera o Ensino Fundamental de oito para nove anos (lei nº 11.114/05 e lei nº 11.274/06). Para cumprir os objetivos do estudo, realizamos primeiramente a coleta dos dados numa Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), localizada no bairro da Bela Vista, na cidade de São Paulo, durante o período de junho 2008 a dezembro de 2008 e, num segundo momento acompanhamos algumas das crianças que frequentaram o 3º estágio da Educação Infantil para uma escola Estadual de Ensino Fundamental I, localizada no bairro da Bela Vista, na cidade de São Paulo, durante o período de fevereiro de 2009 a julho de 2009. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, em que utilizamos, como instrumentos de coleta de dados: as observações dos momentos da rotina no 3º estágio da Educação Infantil e no 1º ano do Ensino Fundamental; entrevistas semi estruturadas com duas professoras do 3º estágio da Educação Infantil com duas professoras do 1º ano do Ensino Fundamental, com as coordenadoras e diretores dos dois níveis de ensino, com as crianças das turmas pesquisadas e com algumas famílias que se interessaram em participar do estudo. Os principais teóricos que embasaram esse estudo foram: Lev Semeanovitch Vygotski, Henri Wallon, bem como alguns teóricos da atualidade que tratam sobre o tema da alfabetização como Magda Soares, Angela B. Kleiman, Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Para analisar os dados, elegemos três categorias que foram, por sua vez, divididas em subcategorias para dar conta de todas as particularidades da pesquisa: aspectos centrais que envolvem a proposta de ampliação do Ensino Fundamental para nove anos; aspectos centrais que envolvem o funcionamento das instituições de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I e aspectos evidenciados no estudo relativos às expectativas dos sujeitos que participaram da pesquisa. Após analisar os dados coletados e articulá-los às ideias dos teóricos concluímos que os profissionais que trabalham na Educação Infantil e no Ensino Fundamental acreditam que a nova configuração para o ingresso das crianças com seis anos no 1º ano ainda está sendo realizada de forma equivocada: cada nível de ensino continua trabalhando da mesma maneira, ou seja, parece que tal medida não modificou a forma como as crianças são preparadas para o novo ciclo nem são recebidas no primeiro ano como crianças de seis anos que saíram da Educação Infantil. Escutamos muitas críticas, sem nenhuma proposta concreta para a passagem das crianças mais novas para a escola fundamental. As escolas não estão preparadas para receber as crianças mais novas em termos de espaço físico, de materiais e de currículo. As propostas pedagógicas continuam sendo as mesmas do Ensino Fundamental de oito anos, ou seja, a criança ingressa no 1º ano com seis anos, mas é tratada como se tivesse sete anos de idade.
==ABSTRACT==
he objective of this research is to understand the expectations of children, parents, teachers and management in relation to the implementation of a basic education system with a nine year length and to check how the schools are organizing themselves to receive children aged six. This research was motivated, therefore, by the need to seek answers to a problem that we have witnessed as an Early Childhood Education and Elementary Education teacher in public and private schools in the city of São Paulo: the lack of articulation between the last year of Early Childhood Education and the first year of Elementary School, after the passage of the law amending the Elementary School length from eight to nine years (Law No. 11.114/05 and Law No. 11.274/06). In order to accomplish the goals of the study, we first collected data at an Early Childhood Education School (EMEI) located at Bela Vista district in São Paulo, comprising the period from June to December 2008, and on second phase, we followed some of the children who attended the 3rd stage of Early Childhood Education and 1st year in a State Elementary School, also located at Bela Vista district in Sao Paulo, from February to July 2009. This is a qualitative research in which we used as instruments of data collection: observations of the moments of the routine in the 3rd stage of Early Childhood Education and in the 1st year of Elementary School, semistructured interviews with two teachers from the 3rd stage of Early Childhood Education , two teachers from the first year of Elementary School, coordinators and directors of the two levels of education, the two classes of children surveyed and some families who were interested in participating in the study. The main theorists that supported this study were: Lev Semeanovitch Vygotsky and Henri Wallon, as well as some contemporary theorists that deal with the issue of literacy such as Magda Soares, Angela B. Kleiman, Emilia Ferreiro and Ana Teberosky. For the purpose of data analysis, we selected three categories which were in turn divided into subcategories to account for all the particularities of the research: key aspects involving the proposed expansion of the Elementary School system to a length of nine years, key aspects that involve the operation of Early Childhood Education and Elementary Education institutions and the aspects highlighted in the study relative to the expectations of the subjects who participated in the survey. After analyzing the collected data and linking them to the ideas of the theorists, we concluded that professionals working in Early Childhood Education and Elementary Education believe that the new configuration to the entry of six year old children in the 1st year is still being done incorrectly: each level of education continues to work in the same way, i.e., it appears that this measure did not change the way children are prepared for the new level, nor the way they are received in the first year as six- year-old children who have just left kindergarten. We heard much criticism, but with no concrete proposals regarding the transition of younger children to Elementary School. Schools are not prepared to receive young children in terms of physical space, materials and curriculum. The pedagogical proposals remain the same as for the Elementary School system with an eight year length, i.e., the child enters first grade at age six, but is treated as if he was seven. | es_ES |