Antes da racionalidade técnica : os primórdios da formação de professores no Brasil, do período colonial ao final da República Velha
Abstract
Neste artigo, procuramos mostrar os caminhos percorridos pela formação docente no Brasil até o início da Era Vargas. Os primeiros mestres a atuarem em território brasileiro foram os padres jesuítas, que não possuíam formação docente propriamente dita, pois esta subordinava-se à formação do padre. Com a expulsão da Companhia de Jesus e a implantação do sistema de aulas régias na colônia, assistiu-se à tímida iniciativa de construir um sistema público de ensino, com a contratação, pelo Estado, de professores leigos, mas sem que houvesse maiores preocupações quanto à formação dos mesmos. Durante o Império, com a implantação dos sistemas de ensino provinciais e a fundação das escolas normais, surgiram os primeiros mestres profissionais, formados em uma dinâmica de transmissão-recepção dos conteúdos, posteriormente reproduzida nas escolas de educação básica. Com a proclamação da República, cresceu a influência positivista nas escolas normais e tentou-se, sem êxito, produzir os primeiros currículos tecnicamente planejados. Além do Positivismo, o escolanovismo, os estudos de Bobbitt e a Psicologia Experimental tiveram grande influência na formação dos professores brasileiros nas primeiras décadas do século XX, levando ao nascimento de novos paradigmas de formação docente, que evoluíram para o Paradigma do Técnico, logo transformado na concepção hegemônica no Brasil.