dc.description.abstract | A presente pesquisa consiste num estudo sobre o processo de constituição psíquica da criança em idade escolar a partir do conceito tempo de latência, buscando articulá-lo ao processo de escolarização da infância. Situa o conceito no conjunto da obra freudiana desde seus primeiros trabalhos sobre as neuroses e a sexualidade infantil, passa pelo período de formulação da teoria das pulsões, localiza-o no contexto da teoria estrutural e, igualmente, nas reflexões de Freud acerca das relações entre natureza e cultura. Em sucessão, verifica os desdobramentos que o conceito tem na obra de reconhecidos psicanalistas que se dedicaram à análise de crianças, como Melanie Klein, Anna Freud, Donald Winnicott, Charles Sarnoff e Françoise Dolto, culminando com uma leitura do tempo de latência como um tempo lógico a partir do enfoque lacaniano. Enquanto tempo lógico infere que a latência não decorre de um processo natural, desencadeado pelo organismo, e sim pela demanda do Outro. Nesse sentido procura vinculá-lo às transformações culturais da modernidade, entre estas o processo de escolarização da infância. Sustenta que a escolarização favorece a constituição do tempo de latência, na medida em a escola se organiza como o espaço social destinado à criança, distanciando-a do ambiente familiar sem, no entanto, incluí-la no mundo adulto, ao mesmo tempo em que possibilita formas de sublimação. Entendendo o tempo de latência como uma produção do laço social, cogita que novas transformações na cultura podem extingui-lo enquanto tempo constitutivo. Aponta que fraturas na sustentação do trabalho psíquico deste tempo constitutivo aparecem em algumas formações clínicas, como a inibição intelectual e a fobia escolar.
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The research consists of a study on the process of psychic constitution of the child in school age from the concept of latency time, searching the education process of infancy. It points out the concept in the set of the Freudian workmanship since the first works on the neuroses and the infantile sexuality, passes for the period of formularization of the drive theory, still locates it in the context of the structural theory and in the reflections of Freud about the relations between nature and culture. To leave of this, it verifies the unfoldings that the concept has in the workmanship of recognized psychoanalysts who had dedicated themselves to analyze of children as Melanie Klein, Anna Freud, Donald Winnicott, Charles Sarnoff and Françoise Dolto, culminating with a reading of the latency time as a logical time from the lacanian approach. While logical time understands that the latency does not elapse of a natural process, unchained for the organism, and yes for the demand of the Other. In this direction it searches to tie it to the cultural transformations of modernity, between these the education process of infancy. It supports that the education favors the constitution of the latency time, in the measure where the school is organized as the social space destined to the child, distancing itself of the familiar environment without, in meanwhile include them in the adult world, at the same time where it makes possible subliming forms. Understanding the latency time as a production of the social bow, it cogitates that new transformations in the culture can extinguish it while constituent time. It points that breakings in the sustentation of the psychic work of the latency appear in some clinical formations as the intellectual inhibition and the pertaining to school phobia. | en_US |