Avaliação e comunicação em cursos de Pedagogia do Distrito Federal
Abstract
A pesquisa apresentada para o desenvolvimento desta tese teve como objetivo compreender o processo comunicacional constituído por professores dos cursos de Pedagogia de duas universidades do Distrito Federal manifestado em práticas/instrumentos/procedimentos de avaliação da aprendizagem. Desenvolveu-se a metodologia da pesquisa em três fases: na 1ª Fase, aplicou-se questionário com perguntas abertas que envolveram as idéias de listar os três procedimentos/instrumentos de avaliação mais utilizados pelos professores dos Cursos de Pedagogia das duas universidades e evidenciar as concepções de avaliação dos possíveis formandos de Pedagogia, 1º semestre de 2007, da Universidade de Brasília-UnB e da Universidade Católica de Brasília-UCB. Na 2ª Fase, procedeu-se a entrevista narrativa com sete professores da UnB e oito da UCB, significados pelos possíveis formandos da 1ª Fase da pesquisa. Na 3ª Fase, observou-se o trabalho pedagógico de três professores da UnB e de duas professoras da UCB. Concluiu-se que: nas duas universidades pesquisadas os pedagogos finalizam o curso com uma concepção arraigada de que a avaliação se liga à idéia de exame; a avaliação proposta pela maioria dos professores pesquisados é apenas negociada e não fundamentada para que os estudantes a autentiquem e a tenham como propulsora de aprendizagens; os seminários, tidos como procedimentos/instrumentos de avaliação, necessitam de maior investigação porque podem estar associados apenas à avaliação informal, visto que os critérios de avaliação não são explicitados. É necessário que se faça outras pesquisas sobre o processo comunicacional da avaliação composto pelos aspectos: configuração subjetiva da sala de aula, o acordo pedagógico, o momento, a forma, o teor, a devolução. A análise do processo comunicacional constituído entre professores e estudantes integrantes da 3ª Fase da pesquisa, via avaliação, indicou que: a configuração subjetiva da sala de aula é a qualificadora do processo comunicacional e incorpora a avaliação formal e informal; o acordo pedagógico pode fazer nascer nos estudantes o desejo de serem co-responsáveis pela avaliação; o momento constitui parte importante do trabalho pedagógico do estudante e advém do diálogo constituído a partir da prática de cada professor; a forma designa o tipo de diálogo constituído via avaliação - se bifásico ou se colaborativo; o teor significa a possibilidade de expressão dos estudantes disponibilizada pela coordenação do professor; a devolução necessita ser explorada para que o acordo pedagógico, o momento, a forma e o teor sejam revalidados e redimensionados. Recomenda-se que as avaliações praticadas nas salas de aula da educação superior se tornem tema de reflexão nos espaços pedagógicos internos das instituições para que cheguem às salas de aula de maneira mais crítica, ética e construtiva porque a avaliação é o invariante da formação.