A voz da escrita
Abstract
O humano, para tornar-se humano, para ser e estar em uma comunidade, tem a necessidade de que alguém lhe enderece uma voz. A educação implica a interação de vozes na construção, conservação e transmissão da cultura de uma comunidade. Nós afirmamos que as novas tecnologias utilizadas na educação a distância são novas formas que a voz adquiriu com a passagem do tempo. Com a análise da voz na escrita nós nos colocamos contrários à suposição na qual a máquina e as novas tecnologias dispensam o contato humano. O quadro teórico principal é a psicanálise lacaniana e a teoria das não-coincidências do dizer de Jacqueline Authier-Revuz. Ele é sustentado pelo trabalho recente de Gabriel Bergounioux sobre discurso interior e Jacques Nassif sobre a escrita e a voz. Nós procuramos construir um dispositivo teórico com o objetivo de realizar a análise da voz na escrita. O corpus analisado é composto pelas mensagens postadas em um programa de computador (forchat) que funcionou como uma espécie de fórum de discussão com objetivos pedagógicos no ambiente de rede. As marcas na língua onde nós podemos supor a voz do locutor-auditor são os lugares onde a palavra se apresenta opaca, resistindo à língua, resistindo ao jogo significante, mas esta resistência somente evidencia a articulação entre a voz e o significante.A partir dos estudos realizados nesta pesquisa evidenciou-se que o endereço de que se trata na comunicação via internet não é o endereço real do locutor ou ouvinte, mas o endereço da voz. As marcas na língua destacadas para evidenciar a representação da voz na escrita foram: as figuras de acréscimo, mais especificamente o parêntese e as reticências, por meio das quais analisamos a representação da voz latente; as formas do discurso relatado, tais como o discurso direto, discurso indireto, modalização em discurso segundo, onde analisamos a representação da voz do outro; e a modalização autonímica de empréstimo na classificação das não-coincidências do dizer, onde analisamos a representação da voz própria do locutor. Nós destacamos cinco operações da voz que colaboram na construção de uma comunidade de aprendizagem: separação, marcando a diferença entre enunciação e enunciado; repetição, que proporciona a mensagem ser escrita; reflexividade, o ouvir-se-falar ou ouvirse- escrever; o endereçamento da mensagem a alguém também dotado de voz ; leitura, que é a articulação realizada pela voz dos significantes em sistema.A língua vive do empréstimo da voz de cada falante, ela se nutre e se mantém viva pelo endereçamento da voz. Em troca a língua proporciona ao humano, portador da voz, a condição de pertencer e ser reconhecido em uma comunidade, a condição de ser sujeito.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
L'humain pour devenir humain, pour être dans une communauté, a besoin que quelqu’un lui adresse une voix. L'éducation implique l’interation des voix dans la construction, conservation et transmission, de la culture d'une communauté. Nous affirmons que les nouvelles technologies utilisées dans l'éducation à distance sont des nouvelles formes que la voix a acquis avec le passage des temps. Avec l’analyse de la voix dans l'écrit nous nous plaçons contraire à supposition dont la machine et les nouvelles technologies dispensent le contact humain. Le cadre théorique principal est la psychanalyse lacaniana et la théorie des noncoïncidences du dire de Jacqueline Authier-Revuz. Il est soutenu dans le travail récent de Gabriel Bergounioux sur discours intérieur et Jacques Nassif sur l'écrit et la voix. Nous cherchons construire un dispositif théorique avec l'objectif de réaliser l'analyse de la voix dans l'écrit. On a analysé un corpus qui se compose des messages postés dans un logiciel (forchat) qui a fonctionné comme une espèce de forum de discussion avec des objectifs pédagogiques sur des réseaux internet. Les marques dans la langue où nous pouvons supposer la voix du locuteur-auditeur sont les places dont le mot se présent opaque, en résistant à la langue, en résistant au jeu des signifiants, mais cette résistance seulement rendre évident l’articulation entre la voix e le signifiant. À partir des études réalisées dans cette recherche il s'est prouvé que l'adresse qui se traite dans la communication dans le forchat n'est pas l'adresse réelle du locuteur ou l'auditeur, mais l'adresse de la voix. Nous analysons les marques dans la langue où nous pouvons supposer autre voix en intervenant dans l'énonciation, que ce n'est pas en fait une autre voix, mais la représentation de l'image d'autre voix. Les marques dans la langue détachées pour prouver la représentation de la voix dans l'écriture ont été: les figures d'ajout, plus spécifiquement la parenthèse et les points de suspension, où nous analysons la représentation de la voix latente; les formes du discours rapporté, tels comme le discours direct, le discours indirect, la modalisation en discours second, où nous analysons la représentation de la voix de l'autre; et la modalisation autonymique d’emprunt dans leclassement des non-coïncidence du dire, où nous analysons la représentation de la voix propre de l'orateur. Nous détachons cinq opérations de la voix qui collaborent dans la construction d'une communauté d'apprentissage : la séparation, en marquant la différence entre énonciation et énoncée; la répétition, ce que permet à message être écrit; la réflexivité, le locuteur-écrivain comme l’auditeur-lecteur de soi même; l'adresse du message à quelqu'un aussi doté de voix; la lecture, que c'est l’articulation réalisé par la voix des significatifs dans un système. La langue vit du prêt de la voix de chaque être parlant, elle se nourrit et se maintient vit chaque fois qui la voix est adressée, même adressée à soi même (la lecture, le discours intérieur). En échange, la langue fournit à l'humain, porteur de la voix, la condition d'appartenir et d'être reconnue dans une communauté, la condition d'être un sujet