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dc.contributor.authorGurski, Roselene Ricachenevsky
dc.date.accessioned2013-05-16T21:39:09Z
dc.date.available2013-05-16T21:39:09Z
dc.date.issued2008
dc.identifier.issnhttp://hdl.handle.net/10183/15579
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/20.500.12799/422
dc.description.abstractEsta tese trata de modos “violentos” de representação no social vividos por jovens de classe média e alta. A partir de um grupo de notícias de jornais e revistas em circulação no Brasil (1997-2007), que associavam tais jovens a episódios de violência, bem como de produções cinematográficas, cujos temas abordavam essas tensões, formulamos as seguintes interrogações: quais seriam os vetores de episódios violentos protagonizados por jovens que não padecem de privações sociais extremas? O que a brutalidade dos atos praticados poderia retratar acerca de suas referências simbólicas? Que condições sociais do tempo atual contribuem para a emergência de condutas como essas? Por que o privilégio da violência quando de suas tentativas de inscrição? Para problematizar e pensar tais questões, valemo-nos das ferramentas conceituais da Psicanálise e dos escritos de Walter Benjamin, bem como de teóricos que problematizam as condições do laço social contemporâneo, entre eles Hannah Arendt, Slavoj Zizek, Maria Rita Kehl e Contardo Calligaris. Destacamos que escolhemos a inspiração do ensaio como forma de escrita e de produção de conhecimentos. Para o trabalho de análise, buscamos a perspectiva do flâneur de Baudelaire: aquele que se deixa interpelar pelos pequenos detalhes do cotidiano e que vê nas insignificâncias diárias a matéria maior dos modos de subjetivação. Apostando na fragmentação e no “resto” dos fatos e acontecimentos, como possibilidade de colher verdades produzidas num tempo e espaço determinados, cunhamos o termo “ensaio-flânerie”. O estudo permitiu pensar que a violência presente nos atos desses jovens revela estreita relação entre o esvaziamento da dimensão da experiência e de sua transmissão – conforme Walter Benjamin – e aquilo que Zizek conceitualiza como paixão pelo real. É como se esses jovens devolvessem, através de seus atos, o mal-estar que sentem ao se depararem com o vazio de experiência, tanto na esfera social quanto nas transmissões familiares. A demanda por confirmar a inscrição de si no social – típica da operação psíquica da adolescência –, somada ao empobrecimento das condições de construção da experiência e ao esvaziamento do espaço público como espaço legítimo de representação, tende a incrementar a dimensão da violência e, portanto, do que estamos chamando de paixão pelo real. Tudo indica que as condições de nosso tempo social – dadas pela ciência, pela mídia e pelas novas tecnologias – não parecem oferecer aos jovens recursos passíveis de ajudar na elaboração do encontro com o real. Pelo contrário, ao produzirem o anonimato do sujeito, de algum modo, incrementam a dificuldade do reconhecimento simbólico, incitando à impessoalidade e ao anonimato do Desejo e do outro, de modo que os jovens, ao terem dificuldade em transpor o que há de irrepresentável neste momento de suas vidas, acabam buscando, através de atos extremos, um modo de fazer-se representar no laço social. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- La présente thèse porte sur les modalités “violentes” de représentation dans le social vécues par des jeunes de la classe moyenne haute. Ayant comme point de départ un ensemble de faits divers extraits de journaux et de magazines en circulation au Brésil (1997-2007), qui associaient ces groupes de jeunes à des faits violents, ainsi que des films abordant ce type de tensions, nous posons les questions suivantes: quels seraient les vecteurs de ces épisodes violents protagonisés par des jeunes des classes aisées? Qu’ est-ce que la brutalité des actes pratiqués pourraient montrer à propos de leurs références symboliques? Quelles conditions sociales des temps actuels peuvent contribuer à l´émergence de telles attitudes et conduites? Pourquoi privilégier la violence au détriment d’ autres formes de manifestation lors de leurs tentatives d’inscription? Pour soulever le problème et pour réfléchir sur ces questions, nous nous servons des outils conceptuels fournis par la Psychanalyse et les écrits de Walter Benjamin, et aussi des lectures de penseurs comme Hannah Arendt, Slavoj Zizek, Maria Rita Kehl et Contardo Calligaris qui remettent en cause les conditions du lien social contemporain. Nous soulignons que nous avons choisi l´essai comme forme de rédaction et de production de connaissances. Pour le travail d´analyse, nous avons cherché la perspective du flâneur de Baudelaire: celui qui se laisse interpeller par les petits détails de la vie de tous les jours et qui voit dans les insignifiances du quotidien la matière des modes de subjectivation. En pariant sur la fragmentation et sur le “reste” de faits et événements, comme possibilité pour cueillir des vérités produites dans un temps et dans un espace déterminés, nous avons créé le terme “ essai-flânerie”. L´étude a permis de penser que la violence présente dans les actes de ces jeunes révèle un rapport étroit entre l´évidement de la dimension de l´expérience et de sa transmission – selon Walter Benjamin – et ce que Zizek conceptualise comme la passion pour le réel. Ces jeunes, rendraient donc, à travers leurs actes, le malaise ressenti face au vide de l´expérience, aussi bien dans le domaine social que dans celui des transmissions familiales. La demande pour confirmer l´inscription de soi par les différentes formes de se faire représenter dans le social – opération psychique typique de l´adolescence –, ajoutée à l´appauvrissement des conditions de construction de l´expérience et à l´évidement de l´espace publique en tant qu´espace légitime de représentation, mène à incrémenter la dimension de la violence et, par conséquent, à ce que nous appelons la passion pour le réel. Tout indique que les conditions de notre temps social – données par la science, par les médias et par les nouvelles technologies – semblent ne pas fournir aux jeunes des ressources pouvant les aider à l´élaboration de la rencontre avec le réel. Bien au contraire, en produisant l´anonymat du sujet, d´une certaine façon, elles rendent difficile la reconnaissance symbolique, en incitant à l´impersonnalité et à l´anonymat du Désir et de l´autre. De façon que les jeunes, ayant des difficultés pour franchir ce qu´il y a de non – représentable dans ce moment de leurs vies, finissent par cherchen_US
dc.language.isootheren_US
dc.publisherUniversidade Federal do Rio Grande do Sulen_US
dc.subjectJóvenesen_US
dc.subjectViolenciaen_US
dc.subjectClase socialen_US
dc.titleJuventude e paixão pelo real : problematização sobre experiência e transmissão no laço social atualen_US
dc.typeThesisen_US


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