Psicanálise e cinema : a subjetividade contemporânea nas fabulações da cultura
Abstract
O presente trabalho tem como objetivos desenvolver, através da relação mútua entre a subjetividade do sujeito contemporâneo e a obra cinematográfica, questionamentos sobre o sujeito, a sociedade e os sintomas da cultura. Para tal, desenvolve uma pesquisa bibliográfica sobre a história e os conceitos psicanalíticos em Freud e Lacan. Introduz um breve histórico sobre o cinema e alguns temas que se entrelaçam entre a sétima arte e a psicanálise. Busca, também, subsídios na pesquisa de campo para desenvolver seus objetivos. "O homem que copiava" é a obra escolhida para a pesquisa de campo por se tratar de um filme atual e brasileiro, que tem como personagens jovens comuns vivendo seu cotidiano. A metodologia para a análise dos dados da pesquisa encontrados nas entrevistas feitas com adolescentes sobre o filme são analisadas mediante um ensaio metapsicológico. A leitura feita na pesquisa bibliográfica, documental e de campo vai instrumentalizar a transferência do pesquisador, que, juntamente com suas implicações subjetivas, vai analisar o texto composto pelos dados coletados, para identificar os significantes que podem ser utilizados para compor o ensaio metapsicológico. Os significantes encontrados na fala dos participantes: falso, verdadeiro, dinheiro, violência, banalizado, bobagem, pai, matar, drogas, feliz, coitado, necessidade, lei, fraca e segurança foram utilizados para desenvolver o ensaio metapsicológico. Diante da pesquisa bibliográfica, documental e da leitura feita pelos adolescentes sobre o filme "O homem que copiava", na pesquisa de campo pode-se deduzir que é possível derivar efeitos subjetivos de vários aspectos dos ideais vigentes na cultura, tais como o não reconhecimento da dívida simbólica com seus ancestrais , a apologia ao individualismo em detrimento da tradição, o declínio da função paterna, a busca de um gozo totalizante, o não reconhecimento de limites. Disso decorre a atual crise ética, que diz respeito à falência de valores básicos existentes na contemporaneidade.
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This paper aims to pose questions about the subject , about society and about the symptoms of culture by means of mutual relations between the subjectivity of the contemporary subject and the cinematographical work. To this end, a bibliographical research about the psychoanalitical history and concepts in Freud and Lacan is carried out. This research introduces a brief history of cinema and a few themes that are entwined with the seventh art and psychoanalysis. Subsidies in the field research are also sought in order to develop the objectives. "O Homem que Copiava" (The Man who Copied ) is the chosen work for the field research considering that it is a contemporary Brazilian film whose characters are the ordinary youth living their daily lives. The methodology for the analysis of the data collected in the survey about the film carried out with adolescents is performed by means of a metapsychological essay. The reading of the bibliographical, documental and field research will instrumentalise the researcher’s transference that, along with the subjective implications, will analyze the text constructed by the collected data in order to identify the significants that may be used for the composition of the metapsychological essay. The significants found in the speech of the participants: false, true, money, violence, banalized, nonsense, father, kill, drugs, happy, poor thing, necessity, law, weak, safety, have been used to develop the metapsychological essay. In view of the bibliographical, documental research and of the reading made by the teenagers about the film "O homem que copiava"( The man Who Copied) in the field research, it might be deduced that it is possible to derive subjective effects from the various aspects of the current ideals in the culture, such as the nonrecognition of the symbolic debt to their ancestors, the apology of individualism in detriment of tradition, the decline of the paternal role, the search for a totalizing pleasure, the nonrecognition of limits. Therein lies the current ethical crises in terms of failure of the basic values existing in comtemporaneity.