Olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre : infância contemporânea, psicanálise, educação e arte
Abstract
A pesquisa apresenta reflexões, análises e experiências tendo como foco os olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre a partir de articulações transdisciplinares entre psicanálise, educação, arte, cultura, história e urbanismo. O projeto Cidade das Crianças foi o campo no qual foram realizadas atividades artísticas e lúdicas abertas a crianças em espaços públicos e culturais da cidade. Os processos de criação coletiva, a extensão temporal, a repetição, a escuta das crianças e o registro de suas produções, foram os traços que marcaram o trabalho. A experiência da Cidade das Crianças marcou lugares nos quais as crianças encontraram a possibilidade de realizar processos criativos no campo da educação não formal. As trajetórias das crianças foram entrelaçadas à memória da cidade e aos laços sociais que se desdobraram através de suas elaborações e experiências presenciais. Olhares infantis sobre a cidade revelam que para além dos espelhos reais há possibilidades de experenciar a cidade com a criação de laços coletivos sistemáticos, a partir de redes imaginárias e simbólicas que outorgam consistência ao lugar constituinte da infância no espaço público e cultural da cidade.
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The research presents reflections, analyses and experiences focused on children‟s looks over the city of Porto Alegre based on transdisciplinary articulations between psychoanalysis, education, art, culture, history and urbanism. The project City of Children was the field in which artistic and ludic activities open to children in public and cultural sites of the city were carried out. The processes of collective creation, temporal extension, repetition, listening the children and recording their production were the most noteworthy paths of the work. The experience of City of Children highlighted sites in which children found the possibility of carrying out creative processes in the field of non-formal education. The children‟s trajectories were tied to the city‟s memory and to the social bonds that developed through their elaborations and personal experiences. Infantile looks over the city reveal that beyond real mirrors there are possibilities of experiencing the city with the creation of systematic collective bonds, from imaginary and symbolic networks that grant consistency to the constituting place of childhood in the city‟s public and cultural spaces.