Ação comunicativa & educação indígena intercultural e emancipatória : encontro entre dois mundos possíveis?
Abstract
Nossa pretensão nesta tese consiste em melhor compreender as complexas interações interétnicas estabelecidas entre sujeitos/atores sociais vinculados a tradições socioculturais distintas: a modernidade com sua razão instrumental, e, seus imperativos sistêmicos que lhes são inerentes, em sua interação dialética com o mundo da vida indígena. Assim, se faz mister a apropriação do conceito de educação intercultural e emancipatória que desempenha a tarefa de mediadora das interações interétnicas, na medida em que prepara estes sujeitos/atores do ponto de vista da competência comunicativa com vistas a possibilitar o entendimento intersubjetivo, capacitando-os em termos da necessária autonomia para que estejam habilitados a explicitar o seu entendimento acerca de uma vida boa, calcada nos princípios da justiça e da felicidade. Nesse sentido, a Teoria da Ação Comunicativa habermasiana se nos apresenta como uma das mais profícuas abordagens com vistas a melhor compreender a temática da educação indígena, na medida em que o autor promove uma mudança paradigmática no contexto do pensamento filosófico: ele desloca a abordagem filosófica de uma posição transcendental metafísica para o contexto pragmático da filosofia da linguagem. Para melhor compreender o problema, educação indígena, no contexto de fricção e, fundamentalmente, de comunicação entre a cultura dos povos indígenas do Brasil e a cultura da modernidade, há que se recorrer ao conceito de tempo com vistas a situar as relações interétnicas em uma dimensão de ordem temporal: contexto em que somente se exige a durabilidade do processo comunicativo como o único fator de medição temporal. Daí que importa explicitar a ação comunicativa como a estratégia de ação mais adequada para contemplar as pretensões de validade de todos os concernidos no processo ensino aprendizagem. Para cumprir com tal exigência há que se estabelecerem fortes vínculos entre um projeto étnico-político educacional com os pressupostos da racionalidade comunicativa, de modo a garantir que nenhuma dimensão do mundo da vida indígena será lesada, respeitando assim o viver ameríndio em sua íntima interação com a natureza.
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Nuestra pretensión en esta tesis es la explicitación de las complejas interacciones interétnicas establecidas entre los sujetos y actores sociales vinculados a las tradiciones socio-culturales diferentes: la modernidad con su razón instrumental y sus imperativos sistémicos, que son inherentes, en su interacción dialéctica con el mundo de la vida de los índios. Por lo tanto, es necesaria la apropriación del concepto de la educación intercultural y emancipatoria, que realiza la tarea de mediar las interacciones interétnicas, en la medida en que prepara a estos sujetos y actores desde el punto de vista de la competencia comunicativa a fin de que el entendimiento intersubjetivo se haga posible, dándoles el poder en términos de la autonomía necesaria para ser capaces de explicar su comprensión de una buena vida, basada en los principios de la justicia y de la felicidad. En este sentido, la Teoría de la Acción Comunicativa de Habermas se nos presenta como uno de los métodos más fructíferos para comprender mejor el tema de la educación indígena, en la medida en que el autor promueve un cambio metodológico en el sistema del pensamiento filosófico: el cambia el enfoque filosófico desde una posición metafísica trascendental para el contexto pragmático de la filosofía del linguaje. Para entender mejor el problema, educación indígena, en el contexto de la fricción y, sobre todo, de la comunicación entre la cultura de los pueblos indígenas de Brasil y la cultura de la modernidad, tenemos que recurrir al concepto de tiempo con el fin de situar las relaciones interétnicas en la dimensión del orden temporal: contexto en el que se requiere la durabilidad del proceso comunicativo como el único factor de medición temporal. Por lo tanto, tenemos que explicitar la acción comunicativa como la estrategia de acción más adecuada para contemplar las pretensiones de validez de todos los involucrados del proceso de enseñanza-aprendizaje. Para cumplir con tal exigencia a que se establecen fuertes vínculos entre un proyecto étnico-político educacional con los presupuestos de la racionalidad comunicativa, de modo a garantizar que ninguna dimensión del mundo de la vida indígena sea herida, respetando así el vivir indígena en su íntima interación con la naturaleza.