É possível o “domínio dos afetos” no trabalho docente? Considerações a partir de Espinosa e Marx
Abstract
Este ensaio debate os conceitos de afeto e vontade no trabalho docente e seus vínculos com o “voluntarismo pedagógico” presente em diversas concepções e políticas sobre a educação de crianças. Utiliza-se da doutrina espinosana dos afetos e também da noção de trabalho estranhado nos Manuscritos Econômico-Filosóficos de Marx para uma meditação sobre o perfil sociológico dos professores da educação básica (e pública) brasileira. Suas considerações finais ressaltam a importância de Espinosa na crítica do “domínio absoluto dos afetos” e análise das atuais condições nas quais se realiza o trabalho docente, apresentando pontos de convergência – e uma possível divergência – com relação a ideias de Mészáros na busca de uma educação “para além do capital”.